terça-feira, 25 de agosto de 2009

Jeito de mato ou perfil de cidade?



Às vezes me bate um desânimo em relação ao esforço que a gente tem que fazer para ficar numa cidade como São Paulo, ainda mais longe da família, dos amigos que cresceram contigo, do cheiro de terra e do clima de tranqüilidade que ainda existe na cidade em que fui criada, em Minas Gerais. O esforço não é simplesmente físico, é muito mais emocional. Quanto ao esforço físico acho até bom, pois ele nos deixa tão cansados que mal temos tempo de chegar em casa, comer e tomar banho, quem dirá pensar no que sacrificamos por conta de um sonho.

Aí eu me pergunto: que sonho? Eu me mudei para São Paulo levada por uma intuição que eu não sei bem explicar. Estava claro para mim o desejo de estudar e trabalhar com responsabilidade social, com projetos corporativos voltados para o desenvolvimento da comunidade, para a promoção do bem comum. Sabia que tinha que ser aqui. São Paulo é, com toda certeza, a capital do Brasil, o centro econômico, dos negócios, das pesquisas e da ciência do país. Além disso, a cidade é protagonista em diversos movimentos, a porta de entrada do conhecimento que vem exterior e a grande disseminadora de inovações, projetos, ações e iniciativas que podem vir a ser tornar modelo para todo o mundo.

Eu estou muito satisfeita por ter conseguido realizar o primeiro dos desejos: a mudança. Nem levou muito tempo para me instalar e até conseguir um trabalho numa editora de revistas industriais. No entanto, hoje cedo, entrei num grande edifício de uma das principais e mais reconhecidas avenidas da capital e me senti uma estranha no ninho. A imponência do conjunto arquitetônico já me chamou a atenção. Do lado de fora, o movimento intenso dos ônibus e carros, ruas congestionadas, pessoas apressadas logo pela manhã. No interior do prédio, um grande número de executivos muitos bem alinhados, falando sobre o horário de seus vôos, alguns conversavam em inglês, carregando pastas, notebooks, pegando seus cartões para identificação na portaria, fazendo fila para entrar no elevador etc.

Por alguns minutos eu parei para refletir sobre todo esse desenvolvimento, esse ritmo acelerado de se viver e trabalhar numa cidade grande, ou melhor, na maior cidade do Brasil. Quando a gente começa a fazer parte deste universo, parece que entramos numa verdadeira maratona, uma maratona que nunca terá fim. Temos que estudar cada vez mais, buscar especializações, ler sobre todos os assuntos - política, economia, comportamento, crises etc - falar fluentemente outras línguas, viajar, conhecer pessoas, lugares, cultivar relacionamentos (para estabelecer futuros negócios e parcerias) e trabalhar, sempre, cada vez mais.

Parte de mim sempre me remete a um sonho diferente disso tudo. Uma casa espaçosa e aconchegante, com varanda, quintal, muita terra, verde e natureza são alguns dos elementos que compoem meus devaneios. Mesa farta, cheia de gente, as pessoas conversando e comendo juntas, crianças e cachorros brincando no terreiro. Ar puro, tranqüilidade, conversa jogada fora no fim da tarde, igreja aos domingos, festa de rua, tudo com muita simplicidade, porém com muita alegria.

Mesmo que eu teime em alimentar este desejo, ele não adquire a força necessária para alterar a rota dos meus objetivos profissionais. Então, chego a conversar com Deus e a pergunta-lhe: “Pai, o que é que o Senhor está reservando para mim, o que pretende me entregar, o que pretende fazer de mim, qual é o meu compromisso neste mundo, qual é a parte que me cabe nesta vida?” Confesso que chego a ter medo de ouvir Sua resposta. Mas tenho certeza que é o melhor. Ele só nos oferece o que é bom e essencial para nós mesmos, para o próximo e para o mundo. Mesmo os sacrifícios, as dores e os conflitos não deixam de ser aprendizados abençoados, lições que querem nos ensinar alguma coisa valiosa ou, simplesmente, tornar-nos mais fortes e mais experientes.

Por não ter nascido aqui ou numa outra grande capital, por ter tido a chance de viver e experimentar um outro contexto – a vida numa cidade do interior – talvez eu nunca me desapegue desses pensamentos. Talvez eu viva com a esperança de realizar todos os meus sonhos e voltar, um dia, para minhas raízes, para o aconchego do meu lar, para perto da minha família. Talvez esses pensamentos e essa esperança sejam o combustível que eu precise para não “endurecer” nesta cidade, para eu não me tornar mais um na multidão. Afinal de contas, quero trabalhar com gente, para as pessoas, contribuir para um desenvolvimento mais consciente e justo da sociedade. Será esse meu papel no mundo? Deus Pai, meu chefe-maior, tem me mostrado que sim. Por isso, não deixo de seguir o meu caminho, mesmo sem ter a menor ideia do que me espera...

Jeito de Mato



De onde é que vem esses olhos tão tristes?
Vem da campina onde o sol se deita
Do regalo de terra que teu dorso ajeita
E dorme serena, no sereno e sonha

De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita
Do mato, do medo, da perda tristonha
Mas, que o sol resgata, arde e deleita

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda
É teu destino, é tua senda onde nascem tuas canções
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações

Sim, dos teus pés na terra nascem flores
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar...
Ah, ah, ah ...

Sim, dos teus olhos saem cachoeiras
Sete lagoas, mel e brincadeiras
Espumas, ondas, águas do teu mar...
Ah, ah, Elaia ...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

20 pedidos para realizar até 2020




Bem, estou preste a completar 30 anos, mas ainda não fiz todas as coisas que eu planejava fazer até essa idade. Admito que aproveitei muita coisa, muitos momentos, adquiri novos conhecimentos, conheci muitas pessoas, conquistei vários amigos (sempre) e passei por diversas experiências, digamos, extraordinárias.

Mas hoje resolvi fazer uma listinha, bem básica, das coisas que eu pretendo fazer após completar 30 anos, já que antes não dará mais tempo (ou quem sabe...). Na verdade, eu gostaria de estabelecer um ponto de partida e um limite de prazo, como por exemplo, os 40 anos.
Caramba! Muita coisa estará diferente no ano de 2020. Ops, vinte e vinte? Então, vamos estabelecer 20 coisas que pretendemos fazer até 2020. Seguem os meus desejos!

1 – Vou começar pelo básico: quero andar de avião! Mas também quero andar de balão, saltar de asa delta e de pára-quedas. Uia, será que terei coragem?

2 – Quero descobrir uma fórmula para meu cabelo nascer loiro naturalmente.

3 – Quero fazer depilação a laser geral.

4 – Quero descobrir um meio de me transportar para o mundo do faz de conta.

5 – Quero abrir uma empresa de projetos socialmente responsáveis.

6 – Quero ter pelo menos 4 filhos. Podem ser adotados.

7 – Quero uma casa bem grande com jardim e varanda.

8 – Quero me casar com uma pessoa de Deus. Ah, e quero uma festa de casamento linda!

9 – Quero ver meus pais juntos outra vez.

10 – Quero ser madrinha de batismo do meu primeiro sobrinho rsrs.

11 – Quero ir no casamento de todas as minhas amigas que estão solteiras hoje.

12 – Quero fazer um mestrado em Responsabilidade Social e dar aula.

13 – Quero ter um helicóptero. Pode ser o helicóptero da empresa.

14 – Quero conhecer Nova York, as pirâmides do Egito e a Terra Santa. Quero levar minha mãe comigo. Para Nova York, quero ir com a Tami e com a Rê. Mas vou levar o Jeff também. Porém, antes disso, quero ir ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

15 – Quero passar umas férias só com os meus irmãos – Adriana, Dudu e Giovane. Pode ser no Havaí ou na Jamaica.

16 – Quero descobrir como virar uma fada.

17 – Quero ver um tubarão enorme de pertinho.

18 – Quero fazer uma viagem no espaço e ver a Terra lá de cima.

19 – Quero colaborar com o meu trabalho para que o mundo seja um lugar melhor para se viver.

20 – E quero descobrir em Jesus Cristo o meu melhor Amigo, aprender a ser sua ovelha e a lhe servir. Quero entender um pouquinho esse grande Amor que ele sente por todos nós.

Obs.: Estou curiosa para saber quais são os seus desejos...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sal da Terra



Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa, vem que tá na hora de arrumar
Tempo, quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo prá banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor, o pé na terra
A paz na Terra, amor, o sal da...
Terra, és o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã
Canta, leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com teus frutos, tu que és do homem a maçã
Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois
Prá melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois
Deixa nascer o amor
Deixa fluir o amor
Deixa crescer o amor
Deixa viver o amor
Composição de Beto Guedes e Ronaldo Bastos

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Flocos de neve também possuem um sabor especial




Esqueceram de te contar que os beijos são umas das melhores coisas da vida, capaz de incendiar o coração? Esqueceram de te ensinar a admirar a beleza das auroras de inverno? E de te revelar que as lágrimas de um irmão são gotas que ressuscitam a afabilidade? Esqueceram de te provar que aquele que tem o pé na estrada está mais próximo da realidade? E que nas guerras causadas pelos conflitos internos, as vítimas são sempre os outros? Esqueceram de te falar que o amor pode chegar numa segunda-feira de manhã? Ignoraram o fato de que a alegria está nas coisas simples da vida? Não te contaram que os flocos de neve possuem um sabor especial? Esquivaram-se de revelar-te que muitos permanecem solteiros, mesmo após o casamento? Evitaram divulgar-te que os sonhos são as revelações da alma? Impiedosamente, sacralizaram a culpa tatuada invisivelmente na sua garupa? Censuraram-no da verdade de que atrás de uma rocha, pulsa um coração ávido por derramar seus sentimentos em cascata? Privaram-te de saber que todas as luas são auspiciosas luas-de-mel? Não te contaram que, independentemente da morte, o amor permanece vivo? Rejeitaram contar-te que, tanto aqui como além do horizonte, toda natureza é admirável? Mentiram para você dizendo que para ser exitoso era necessário perder a inocência? Nunca quiseram dizer-te que lágrimas tranqüilizam a mente e minimizam as preocupações? Não te avisaram que a morte caminharia sempre ao nosso lado, e que um dia, carinhosamente, ela nos privará de compartilhar as coisas boas desta vida?

(Contribuição desconhecida)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Para que serve uma relação?



“Uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil”. Acho que essa é a definição mais simples e exata sobre o sentido de um relacionamento.
Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com a outra pessoa, à vontade para concordar com ela ou para discordar dela.
Para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale um som novo enquanto você prepara o omelete.
Para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e quase sempre estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada, uma pessoa bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para que o outro se sinta amparado em suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas.
Deve servir para fazer os dois se divertirem, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, a cobrir as dores um do outro num momento de melancolia e para cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para acompanhar o outro no médico e para perdoar as fraquezas. Para abrir a garrafa de vinho enquanto o outro abre o jogo, e para os dois se abrirem para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.