terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Nossos talentos, riquezas concedidas por Deus

"Quem quer dinheiro?" Este famoso jargão, criado pelo empresário e apresentador de TV Silvio Santos, é conhecido por todos os brasileiros. Quem, diante de uma pergunta como esta, responderia "não, obrigada"? Difícil apostar em alguém, não é mesmo? Sinceramente, não vejo mal algum em querer ganhar dinheiro. É por meio dele que conseguimos ter uma vida mais confortável, mais acesso à educação, à cultura,  ao lazer, podemos fazer viagens e adquirir novos conhecimentos, ampliar nosso networking ou, simplesmente, atender nossas necessidades básicas - comer, vestir e ter uma casa para morar. Mas o dinheiro também vai um pouco além disso, ele pode contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade, pode transformar vidas  e pode ainda estimular o potencial de uma pessoa. 

Hoje, em um determinado momento do dia, lembrei-me da Parábola dos Talentos, que é mencionada nos evangelhos de Mateus e de Lucas. A narrativa menciona um homem, provavelmente rico,que tendo que se ausentar por um tempo, chamou três de seus servos e lhes entregou alguns taletos para que fossem administrados enquanto estivesse fora. Cada um deles recebeu uma quantidade diferente. Quando o patrão retornou, chamou seus servos para prestarem contas das riquezas que ficaram incumbidos de administrar. Dois deles conseguiram aumentar a quantia que lhes foi confiada, porém, aquele que recebeu um valor menor não fez o talento render  durante todo o tempo em que ficou sob sua guarda. 

Os estudos históricos nos dizem que o "talento" mencionado na parábola era uma espécie de peça de ouro ou de prata muito valiosa. Com isso, chama-nos a atenção o direito e o dever legítimo que temos de fazer render os nossos 'talentos', ou seja, as riquezas que recebemos de Deus. Mas como aumentar nossos rendimentos? Uma maneira simples é colocar em prática nossos dons e nossas capacidades, buscar possibilidades e aproveitar as oportunidades que muitas vezes são apresentadas diante de nós. Paulo, o apóstolo, em sua Carta aos Romanos diz que "temos diferentes tipos de dons, de acordo com a graça que nos foi dada". 

Todos nós recebemos de Deus inúmeras capacidades de realizar o bem - para nós mesmos, para nossa família, nossa comunidade e para toda a humanidade. Mas, muitas vezes, acomodamos-nos como o terceiro servo da parábola e chegamos até a reclamar, murmurar, vitimar-se e acreditar ingenuamente que somos pessoas de 'má sorte'. Há um pensamento de Thomas Jefferson (1801-1809) - terceiro presidente dos EUA e o principal autor da Declaração de Independência (1776) - muito pertinente: "Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho". 

Portanto, arregacemos as mangas e dediquemo-nos ao trabalho que edifica, que aprimora o nosso conhecimento, que contribui para o desenvolvimento do nosso país ou de nossa comunidade, que é capaz de nos proporcionar uma vida mais digna e mais confortável. Trabalhemos com dedicação e com amor, pois, novamente segundo Paulo, o amor é o dom maior e nos conduz a um caminho ainda mais excelente. (1Cor. 12: 31). Termino o texto de hoje com a oração que fiz pela manhã: 

"Senhor Deus Pai Criador, agradeço profudamente a oportunidade abençoada de trabalho e a remuneração que recebo por ele mensalmente. Agradeço os dons e os talentos que o Senhor me concedeu, alguns deles ainda desconhecidos por mim, mas sei que os tenho, de acordo com a minha necessidade e capacidade. Agradeço cada centavo que me é retribuído pelo trabalho diário e peço que abençoe as minhas finanças. Que nenhum ladrão possa me prejudicar, que eu tenha sabedoria e discernimento ao gastar, que eu faça bom uso do dinheiro que chega à minha mão e, como o 'bom servo', que eu faça render ainda mais, para honra e glória de Jesus. Peço também, Senhor, que me faça conhecer todos o meus talentos e mostre-me o que posso e o que devo fazer para fazê-los para  frutificar e serem úteis na sociedade - na construção do seu Reino. Que assim seja! Graças ao Senhor!"